quinta-feira, 9 de julho de 2015

MATERIALIDADE E LINGUAGENS ARTÍSTICAS - 9º ANO - 2º BIMESTRE

A MATERIALIDADE NAS LINGUAGENS ARTÍSTICAS


"Cada um lê com os olhos que tem. E interpreta a partir de onde os pés pisam. Todo ponto de vista é a vista de um ponto."

Leonardo Boff


1- Ação expressiva
  • Quais são suas sensações ao acordar logo de manhã e ouvir o som da chuva?
  • Abrimos a janela e nosso olhar repousa amorosamente sobre o que vemos? Ou a chuva desperta outros sentimentos?
  • Que lembranças a chuva nos traz? Em que nos faz pensar?
  • Fazer o esboço de uma ideia a partir dessas questões, representando uma das linguagens artísticas.
2- Apreciação
  • Composta pela leitura das obras de arte visuais e verbais a seguir.
  • Reflita: A chuva é matéria da natureza ou natureza da matéria na arte?
  • Nas obras desses artistas, a chuva parece ser matéria a nos dizer coisas. Nelas pode-se perceber que o significado da chuva não é inerente à realidade, mas é a arte que confere significado à realidade, provocando novas e abertas sensações, significações, pensamentos.
  • E por ser a chuva, nessas obras, a própria matéria da arte, muitos recursos, procedimentos, ferramentas e suportes hão de ser usados.
3- Curadoria educativa
  • Quando obras contendo um mesmo tema são reunidas e mostradas de forma a que o espectador viva dentro de si aquilo que o artista procurou mostrar a partir desse tema, a curadoria teve resultado positivo.


OBRAS


Que Maravilha
(Jorge Ben Jor)


Lá fora está chovendo
Mas assim mesmo eu vou correndo
Só prá ver o meu amor
pois Ela vem toda de branco
Toda molhada linda e despenteada, 
que maravilha
Que coisa linda que é o meu amor
Por entre bancários, jatomóveis, ruas e avenidas
Milhões de buzinas tocando minha harmonia 
sem cessar
Ela vem chegando de branco, meiga pura linda 
e muito tímida
Com a chuva molhando o seu corpo lindo
Que eu vou abraçar
E a gente no meio da rua do mundo
No meio da chuva, a girar, que maravilha
A girar, que maravilha
A girar



Cantando na chuva (1952)

Nuno Ramos - Morte das Casas, 2004. Instalação
Bomba d'água, água, alto-falantes, coro declamando trecho
de Morte das Casas de Ouro Preto, de Carlos Drummond de
Andrade. Centro Cultural Banco do Brasil, São Paulo, SP






Morte das casas de Ouro Preto

Carlos Drummond de Andrade

Sobre o tempo, sobre a taipa,
a chuva escorre. As paredes
que viram morrer os homens,
que viram fugir o ouro,
que viram finar-se o reino,
que viram, reviram, viram,
já não vêem. 
Também morrem.
[...]


Golconda - René Magritte, 1953
" Há uma multidão de homens, homens diferentes. Quando pensamos numa multidão, contudo, não pensamos num indivíduo; do mesmo modo estes homens estão vestidos de igual, tão simplesmente quanto possível, para sugerirem uma multidão... Golconda foi uma rica cidade da Índia, uma maravilha. Acho uma maravilha poder caminhar pelo céu, na terra. Por outro lado o chapéu de coco não constitui surpresa - é um artigo de complemento, nada original. O homem de chapéu de coco é o Sr. Normal, no seu anonimato. Eu também uso um: não tenho vontade de me destacar das massas."
René Magritte



William Shakespeare - A Tempestade [Palavras de Próspero, no quarto ato, cena I]


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