quinta-feira, 21 de agosto de 2014

1ºs A, B, C e D - Texto e Interpretação



INTERVENÇÕES ARTÍSTICAS

Paredes e muros de casas transformam o Jardim Miriam, um bairro na periferia de São Paulo. Lá, a artista Mônica Nador tem oferecido máscaras de motivos ornamentais a moradores para que adornem suas casas. Nador pinta paredes, propõe reformas, organiza lideranças locais, realiza ateliês para jovens, tudo por meio do Jardim Miriam Arte Clube (Jamac), que ela fundou e dirige.









Néle Azevedo faz intervenções em espaços públicos com seus Monumentos mínimos – pequenas figuras de gelo que se derretem delicada e morosamente aos olhos dos transeuntes. E já percorreu o mundo fazendo essas intervenções, que sempre encantam e provocam estranhamento nos passantes.




Monumentos Mínimos



Certas intervenções estão tão inseridas no cotidiano que podem passar despercebidas. Cildo Meirelles, na década de 1970, em pleno tempo de repressão da ditadura, criou brechas de denúncia e reflexão a partir de seus objetos, como Inserções em circuitos ideológicos: carimbou, em cédulas de 1 cruzeiro (moeda corrente no Brasil, à época), “Quem matou Herzog”?






Novas pesquisas e estudos podem ser feitos com o professor de História, pois o jornalista, preso político na época da ditadura militar, foi morto em outubro de 1975, sendo declarada como causa oficial da morte o suicídio. A obra de Cildo reforça a questão pelo fluxo da arte, que se intromete no curso da vida.

No projeto Coca-Cola, de 1970, Cildo revelou outros “circuitos ideológicos”. Nas embalagens de vidro retornáveis, Meirelles gravou informações e opiniões críticas e devolveu-as à circulação. Com silkscreen, a tinta branca vitrificada não aparecia quando a garrafa estava vazia, mas apenas quando cheia, tornando visível a inscrição contra o fundo escuro do líquido da bebida.






Cildo Meirelles pulveriza pela arte um pensar reflexivo, já que cria uma oposição entre consciência (inserção), como função da arte, e anestesia (circuito), como função da indústria.

Hoje há muitos artistas que fazem intervenções. O Grupo Poro é formado por dois artistas que criam interferências em arte. Interferem em espaços públicos, fotografam ralos, tampas de bueiro, caixas de inspeção que se tornam adesivos colados no chão da galeria onde expõem.


Jenny Holzer trabalha com a palavra, intervindo em espaços como para-choques de caminhão e painéis luminosos ou fazendo projeções sobre o mar, montanhas, prédios. 








Regina Silveira, em Super X (night and day), de 1999, fez que a imagem de um Super-Homem fosse projetada com raios laser sobre prédios e muros na cidade de São Paulo.

Super X (nigt and day)



Intervenções, quando têm duração curta, podem ser definidas na categoria de ARTE EFÊMERA. 


Questões - Intervenções Artísticas (devem ser copiadas e respondidas em folha à parte)
  1. Como o artista Cildo Meirelles pulveriza pela arte um pensar reflexivo? 
  2. Onde podem ser feitas as pesquisas sobre a morte de Vladimir Herzog e qual o resultado a que chegaram sobre sua morte? 
  3. Como podem ser definidas as intervenções que tem curta duração? 
  4. Como é o trabalho de Mônica Nador no Jardim Miriam, bairro da periferia de São Paulo? 
  5. O que foi gravado nas embalagens de Coca-Cola no Projeto Coca-Cola de 1970? 
  6. Como são as figuras da obra Monumentos mínimos?
  7. Como foi feito o trabalho de intervenção de Jenny Holzer e Regina Silveira? 
  8. Explique a obra Inserções em circuitos ideológicos de Cildo Meirelles quanto à época em que foi criada e a ideia que queria transmitir. 
  9. Onde se concentram as interferências artísticas do Grupo Poro e como são os trabalhos realizados? 
  10. Por que o artista escolheu objetos que operam em sistema de circulação, sejam as notas de dinheiro, sejam as garrafas retornáveis?
ENTREGAR ATÉ DIA 03/09/2014