quarta-feira, 8 de julho de 2015

LINGUAGENS ARTÍSTICAS- 8º ANO

 NOVOS CONCEITOS NAS ARTES VISUAIS

As Artes Visuais envolvem diversos recursos e formas de expressão. Por meio de desenhos, pinturas, gravuras, esculturas e colagens, utilizando papel, tinta, gesso, argila, madeira e metais, filmadoras, máquinas fotográficas, programas de computador e outras ferramentas tecnológicas, o artista busca representar o mundo real ou o seu imaginário. 

Novas formas de arte são introduzidas a partir dos anos 1960, fazendo com que a nossa visão de arte se ampliasse nas possibilidades de criação e expressão.

1- Instalação

Uma instalação (krafts) é uma manifestação artística contemporânea composta por elementos organizados em um ambiente. Ela pode ter um caráter efêmero (só "existir" na hora da exposição) ou pode ser desmontada e recriada em outro local. Diferentemente do que ocorre tradicionalmente com as esculturas ou pinturas, a mão do artista não está presente na obra como um item notável.

Uma instalação pode ser multimídia e provocar sensações: táteis, térmicas, odoríficas, auditivas, visuais entre outras.

O termo instalação foi incorporado ao vocabulário das artes visuais na década de 1960. No início do século XXI a instalação mantém-se como um gênero importante e muito difundido. Em virtude da sua flexibilidade e variedade, a sua conceituação tornou-se mais geral do que específica. Desde a década 1980, a voga da instalação leva ao uso e abuso desse gênero de arte em todo o mundo, o que torna impossível cobrir a produção recente.

Exemplos de instalações:
Sakir Gökçebag - Holanda


Sakir Gökçebag


Instalação em Melbourne, Austrália

Obra está exposta no Museu Nacional de Cingapura. (Foto:Reuters)

Thomas Hirschhorn (Berna,1957)



Escultura em Camadas - Instalação

Guto Lacaz - Auditório para Questões Delicadas (1989)












Elida Tessler - Você me dá sua palavra? (2004)

"Você me Dá a Sua Palavra?" conta com 5.316 prendedores de roupa
manuscritos por diversas pessoas









2- Performance

A palavra performance foi emprestada do inglês à língua portuguesa recentemente e pode ser considerada uma forma de estrangeirismo. A expressão é utilizada com maior frequência no campo artístico. Geralmente, serve para análises de apresentações como malabarismo, mímica, mágica, teatro, canto e dança, em referência aos performers. Nos EUA, durante o século XX, há o surgimento de um gênero de arte chamado Performance Art, resultante da síntese do teatro, cinema, dança, poesia, música e artes plásticas.

Ainda no campo das artes, as performances são divididas da seguinte forma: musicais (concerto e recital) e teatrais (teatro musical, dança moderna, ballet, operetta, ópera e teatro). Ainda podem ser caracterizadas como mágica, leitura de poesia, arte viva, performance arte, apresentações circenses e leituras de histórias.

No Brasil, o pioneiro a realizar performances foi Flávio de Carvalho, representante do Movimento Modernista interessado pelo experimental. Uma de suas performances mais polêmicas foi quando começou a andar no sentido contrário de uma procissão de Corpus Christi. Na ocasião, ele vestia uma boina verde e uma blusa de manga curta. Sua ação perturbou os integrantes da procissão, que quase o lincharam. O artista acabou na delegacia pelo episódio.

Outra de suas apresentações ocorreu no centro histórico da cidade de São Paulo. Flávio de Carvalho saiu de seu ateliê e começou a caminhar pelas ruas da região central com uma saia verde, uma meia arrastão, blusa de mangas curtas e sandálias de couro. Com isso, queria mostrar que esta seria a forma mais adequada de se vestir no Brasil, país com clima tropical. Além disso, era uma forma do artista criticar a moda que vinha da Europa, onde o clima é frio.

Existem casos em que a performance arte é extrema. Chris Burden, artista norteamericano, chegou a rastejar por um piso lotado de cacos de vidro, foi crucificado em cima de um automóvel e levou tiros em suas apresentações.

Exemplos de performances:

Tony Orrico - Spirograph

Festival Internacional de Arte Performance

Desvio Coletivo - Cegos

Andrey Bartenev



Michel Groisman - Transferência (1999)








3- Objeto

Se levarmos em conta a origem da palavra arte ("ars" significa técnica ou habilidade), é curioso notar que há uma contradição: muitos artistas não expressam suas idéias através de uma habilidade técnica. Apesar de, muitas vezes, possuírem tais habilidades, estão preocupados em discutir outras questões, provocar outras reflexões.

Em 1913, momento das vanguardas européias, Marcel Duchamp propôs obras chamadas "ready-made", feitas a partir de objetos do dia-a-dia. O que ele fazia era apresentar esses objetos de forma descontextualizada e sem a possibilidade de serem utilizados. Por exemplo: um mictório no meio de uma sala, sem encanamento.
Roda de Bicicleta - 1913

A Fonte - 1917


Com essa "provocação", Duchamp chamou a atenção para a arte produzida naquele momento. Ela não seria mais uma representação do real, como um retrato. Ela seria a própria realidade.

Quem decide o que é obra de arte
O objeto de arte não representa algo, mas ele é algo. Mesmo se o artista não tiver fabricado os elementos que compõem sua obra. Duchamp também questionava o conceito de arte como associado a um ideal de belo e à crítica de arte.

Exemplos de arte objeto:
Salvador Dali

Meret Oppenheim

Arman







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