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sábado, 25 de janeiro de 2014

A Arte, como é hoje...


Arte efêmera: Instalações, performances e happenings

Muitas vezes, ao pensarmos em obras de arte, como uma pintura, por exemplo, imaginamos a Monalisa, de Da Vinci, ou O grito do Ipiranga, de Pedro Américo, ou, ainda, esculturas de mármore... Obras que permanecem ao longo do tempo e da história.

Mas o que dizer de obras de arte pública, por exemplo? Muitas delas foram produzidas com a clara intenção de serem modificadas pela ação do tempo e, até mesmo, de desaparecer, como o grafite, os tapetes feitos com serragem, sementes e folhas - que, em algumas cidades, a população costuma fazer nas ruas, para a celebração de Corpus Christi ou da Semana Santa -, esculturas de areia ou gelo.

E não podemos esquecer também das instalações, das performances e dos happenings, realizados por artistas contemporâneos, obras que existem apenas durante o tempo em que são realizadas, como a performance Homem-pão, de Tatsumi Orimoto:


Tatsumi Orimoto, Homem-pão. Performance.


Ou a obra/performance de Ronald Duarte, Nimbo Oxalá, na qual existe uma preocupação com a execução, como se fosse uma espécie de ritual, podendo ser pensada e lida do ponto de vista do produto realizado naquele momento, ou seja, uma grande coluna de gás carbônico formando uma escultura efêmera: 



Segundo definição encontrada nos dicionários, efêmero é aquilo que é passageiro, temporário, transitório.

Eterno/efêmero

Contudo, nem toda obra de arte pública foi feita para desaparecer. Quando pensamos em monumentos históricos, por exemplo, a intenção é de que permaneçam com o passar do tempo. E performances e happenings podem ser registrados em audiovisual, sendo que, nesse caso, o que permanece é o registro e não a obra em si.

Temas como a materialidade das obras de arte e a oposição eterno/efêmero são problematizados pela arte contemporânea, pois são questões extremamente ligadas à nossa realidade, ao mundo da velocidade em que vivemos, no qual as notícias de ontem já estão ultrapassadas.

Um importante artista plástico brasileiro, que também discute a questão da durabilidade da obra de arte, é Vik Muniz. Em seus trabalhos faz uso de técnicas diversas e emprega, com frequência, materiais inusitados como açúcar, chocolate líquido, doce de leite, catchup, gel para cabelo, lixo e poeira, entre outros.

Em algumas de suas séries, o produto final é a fotografia da obra, devido à perecibilidade dos materiais empregados.

Acima, nas réplicas da Monalisa, Muniz utilizou geléia e manteiga de amendoim. Depois fotografou. Trata-se, claramente, uma discussão sobre o eterno versus o efêmero.

Intervenções Artísticas no Espaço Público











Uma das manifestações artísticas mais interessantes do século XXI são as intervenções artísticas nos ambientes urbanos. Esses trabalhos trouxeram novas possibilidades visuais onde não eram imaginados, alias, onde não eram explorados.





As intervenções nasceram basicamente no universo “underground” do século XX, mas é fato que esse tipo de trabalho veio das Instalações ou Ambientes Artísticos e influenciadas pela Arte Conceitual. As instalações são manifestações artísticas onde uma obra é exposta em um ambiente fechado ou aberto, já no caso das intervenções são em ambientes abertos.


 

 

 






Pode-se pensar que essas duas definições são parecidas, mas não são. As Instalações se iniciam de uma proposta de “espaço limpo” e as Intervenções de uma proposta de “espaço a ser explorado”. Exemplo:

Instalações:


 



Intervenções:


 



O que essas manifestações exploram e sempre tras é muito particular, mas uma definição interessante é do artista visual Wagner Barja que diz que, “cabe observar que, atualmente nas artes visuais, a linguagem da intervenção urbana precipita-se num espaço ampliado de reflexão para o pensamento contemporâneo… Aparece como uma alternativa aos circuitos oficiais, capaz de proporcionar o acesso direto e de promover um corpo-a-corpo da obra de arte com o público, independente de mercados consumidores ou de complexas e burocratizantes instituições culturais.”


 

 


As intervenções variam nas suas estruturas, mas tem um apelo reflexivo, político-social, didático, confrontador, ideológico ou simplesmente humorísticos.




Artur Barrio na época da ditadura militar no Brasil já conseguia explorar essa manifestação artística em forma de protesto com a distribuição de inúmeras trouxas de pano ensangüentadas e com restos mortais de animais. Embrulhos com carnes e ossos foram também espalhados pelos bueiros da cidade. A imprensa e o público, por muitos dias, acreditaram que fossem cadáveres do regime.







Um dos artistas mais falados, na verdade mais vistos na internet é o “OaKoAk”, esse francês fez trabalhos nas ruas de Saint Etienne, centro-oeste da França que são bastante copiados na internet. 



 







Os caras do “Poro” são artistas brasileiros de Belo Horizonte que além de seu viés político também trazem um trabalho que desperta um sentimento poético no transeunte. Sempre inusitados eles discutem algo antigo, mas sempre importante: “- O que é arte no espaço urbano? O que ainda é mais claro nesse documentário deles, Intervenções Urbanas e Ações Efemêras. 




Um dos maiores ganhos das intervenções ao longo do tempo e ter conseguido expandir do seu caráter subversivo e hoje ser até incentivando. Como o professor Wagner Barjan diz “Essa tendência em ‘desmusealizar’ a obra de arte, tornando-a interativa com manifestações culturais de outra linguagem ou natureza, ocupando espaços públicos e abertos, vai também rediscutir modelos canônicos impostos à arte pelo sistema da tradição museológica e os atuais modelos de política de democratização para o acesso à cultura visual contam com a intervenção urbana para redimensionar o espaço de convivência nas artes contemporâneas.”

Alguns artistas e grupos que indico e que devem ser pesquisados e observados são: (clique nos links para visualizar mais obras)

- 3nós3

- Manga Rosa

- Arte Coletivos

- Filthy Luker

- Frente 3 de Fevereiro

- Kevin Ledo

- Mark Jenkins

- e muitos outros


Mesmo sendo um designer acredito que a linguagem e o entendimento dessa manifestação pode trazer grandes referências para o desenvolvimento de um projeto.

Se você consegue ver arte e novas perspectivas visuais no seu caminho de casa para a universidade imagina o que você não pode projetar?







 

Recomendo que você faça algumas intervenções para ver como realmente é um abrir de mente.


Artistas que interferem com sua arte

Roberto Burle Marx
Artista plástico brasileiro




Roberto Burle Marx (1909-1994) foi artista plástico brasileiro. Autor de mais de três mil projetos de paisagismo em 20 países. Foi também pintor, escultor, tapeceiro e criador de joias.

Roberto Burle Marx (1909-1994) nasceu em São Paulo, no dia 4 de agosto de 1909. Filho de Wilhelm Marx, judeu alemão, comerciante de couro, e de Cecília Burle, pernambucana, descendente de franceses. Seu pai foi criado em Trier, cidade natal de Karl Marx, que era primo de seu avô. Desde pequeno observava e participava dos cuidados de sua mãe, com o jardim e a horta de sua casa.

Em 1913, depois de uma crise financeira, a família vai morar no Rio de Janeiro, permanecendo na casa de familiares. Quando a empresa de curtume e exportação de couro voltou a dar lucro, a família muda-se para um casarão no bairro do Leme. Em 1917, Burle Marx começou a cultivar seu próprio jardim.

Em 1928, a família viaja para a Alemanha, em busca de tratamento para um problema nos olhos de Burle Marx. Em Berlim, fica fascinado ao visitar o Jardim Botânico, onde descobriu a beleza de diversas plantas brasileiras. Durante esse período, estuda pintura no ateliê de Degner Klemn. Em 1930, de volta ao Rio de Janeiro, ingressa na Escola Nacional de Belas Artes, hoje Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde estudou com Cândido Portinari. Durante o curso conviveu com Oscar Niemeyer, Helio Uchôa e Milton Roberto, grandes nomes da arquitetura moderna.

O primeiro projeto de jardim público de Burle Marx foi a Praça de Casa Forte, no bairro do mesmo nome, em Recife, em 1934. Foram usadas plantas da Mata Atlântica e da Amazônia, como a vitória régia. Nesse mesmo ano é contratado, por quatro anos, para a diretoria de Parques e Jardins, do Departamento de Arquitetura e Urbanismo de Pernambuco.

Durante esse período, projetou mais de 10 praças, entre elas a Praça da República, no Palácio do Governo, a Praça do Arsenal da Marinha, a Praça do Derby, a Praça do Entroncamento e a Praça Euclides da Cunha, conhecida também como Praça do Internacional. Sua instalação causou grande polêmica, por ser ornamentada com plantas da caatinga e do sertão nordestino. Foi convidado para projetar os jardins do terraço do Edifício Capanema, do Ministério da Educação e Saúde do Rio de janeiro.

Em 1949 adquire um sítio de 365.000 m2, em Guaratiba, Rio de Janeiro, onde cultiva uma grande variedade de plantas. Em 1971 recebe a Comenda da Ordem do Rio Branco, do Itamaraty em Brasília. Em 1982. recebe o título de Doutor Honoris Causa da Academia Real de Belas Artes de Haia na Holanda. Nesse mesmo ano recebe o título de Doutor Honoris Causa do Royal College of Artes em Londres, Inglaterra. Em 1985 doou seu sítio de Guaratiba ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).

Burle Marx, alé de projetos de paisagismo, também se dedicou à pintura, escultura, tapeçaria e à criação de joias. Em 2009, em homenagem aos 100 anos de seu nascimento, foi realizada em São Paulo, no Museu de Arte Moderna, uma exposição com pinturas do artista.

Roberto Burle Marx faleceu no Rio de Janeiro, no dia 4 de junho de 1994.






Burle Marx está presente em outras formas no cotidiano andreense, como no mural em concreto no saguão do Teatro Municipal, na gigantesca tapeçaria de vinte e seis metros de comprimento por três de altura feita especialmente para decorar o interior do Paço Municipal e também na praça da Igreja São Judas Tadeu, no bairro Campestre, em Santo André, que infelizmente foi descaracterizada com o tempo.

Calçadão de Copacabana



Luiz Sacilotto (Santo André, SP, 1924 – São Paulo, 2003)




Filho de imigrantes italianos, Sacilotto começou a pintar por volta de 1940.

Entre 1944 e 1947, estudou desenho na Associação Brasileira de Belas Artes. Trabalhou como publicitário e desenhista de arquitetura.

Depois de uma primeira fase figurativa de teor expressionista, participou da exposição 19 Pintores, na Galeria Prestes Maia, em 1947. Integrou o Grupo Ruptura, em 1963. No ano seguinte foi um dos fundadores da Associação de Artes Visuais Novas Tendências.

Participou de diversas edições da Bienal Internacional de São Paulo, da Bienal de Veneza, da Exposição Nacional de Arte Concreta (São Paulo e Rio de Janeiro, 1956-1957), Konkrete Kunst (Zurique, 1960) e Projeto Construtivo Brasileiro na Arte:1950-1962 (Pinacoteca do Estado de São Paulo e MAM/RJ, 1977).

Considerado por Waldemar Cordeiro como a “viga mestra da arte concreta”, Sacilotto foi um dos principais precursores do movimento no Brasil. Afeito à sensibilidade de uma cultura industrial e adepto da economia dos meios plásticos, o artista articulava em seu trabalho elementos da op art e do minimalismo, ultrapassando as fronteiras da abstração geométrica em objetos que rompiam os limites do plano bidimensional.

'Concreção 005', escultura do artista Luiz Sacilotto

Calçadão da rua Cel. Oliveira Lima

Vista parcial de obra de Saciloto 
no átrio do Bloco B da Universidade Federal do ABC











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