A Instalação é uma forma de arte que utiliza a ampliação de ambientes que são transformados em cenários do tamanho de uma sala. Pintura, escultura e outros materiais são usados conjuntamente para ativar o espaço arquitetônico. O espectador participa da obra e, portanto, não se comporta somente como apreciador.
Considerada uma arte do século XXI, a Instalação conta com artistas de diversas nacionalidades, cujas propostas abrangem todo tipo de tema. A relação entre o ser humano e a tecnologia tem sido um dos temas mais abordados na atualidade.
Desde inícios do XX que se verificou a gradual eliminação e diluição das tradicionais separações entre a pintura e a escultura e o reconhecimento da dimensão espacial e temporal dos trabalhos escultóricos.
A este aspecto associou-se a consciência da especificidade da relação entre os objetos artísticos e o espaço arquitetônico envolvente o que determinou a procura de fundir estas duas dimensões numa mesma realidade significante.
Esta característica, que geralmente se designa por site specific, indica um processo criativo que se fundamenta na relação formal ou conceitual entre determinados objetos e os lugares onde são colocados. Assim, a preservação da mensagem estética duma instalação obriga geralmente à manutenção do objeto artístico no espaço para o qual foi criado.
Geralmente efêmeras, as instalações podem também ser criadas para coleções públicas ou privadas e expostas permanentemente num local predefinido. Um exemplo de site specific:
- Inversion House - Houston, Texas
Quando dois antigos estúdios de propriedade da The Art League of Houston estavam a ser demolidos, decidiram transformá-los em uma instalação de arte temporárias.
Os artistas Dan Havel e Dean Ruck esculturalmente alteratam os dois edifícios, alteraram as fachadas exteriores para simular a aparência de uma espécie de vórtice ou funil. A abertura se tornou, na verdade, uma entrada estreita, ou melhor, um túnel (só as crianças podiam passar por isso) que perfurou os dois edifícios e termina em um pátio adjacente.
Na origem da instalação enquanto meio e técnica de criação estão algumas esculturas de grande escala, realizadas pelo artista dadaísta Marcel Duchamp para algumas galerias nova iorquinas. Outros exemplos pioneiros neste campo são as instalações criadas por artistas Pop como Andy Warhol, Claes Oldenburg(1929) e George Segal (1924-), nos finais da década de 1950.
Marcel Duchamp e sua Roda de bicicleta (1913) |
Sopa Campbell pode arroz - Andy Warhol |
Palito de Fósforo - Claes Oldenburg |
Mais esculturas gigantes de Claes Oldenburg espalhadas pelo mundo
Visões Singulares (2010) - George Segal |
Na Europa, alguns autores influenciados pelo dadaísmo e pelo surrealismo, dentre os quais se destaca a precursora artista francesa Louise Bourgeois (1911-), desenvolvem trabalhos que procuram não tanto a execução de objetos (domínio próprio da escultura), mas a definição de qualidades espaciais e a criação de ambientes. O francês Jean Tinguely acrescenta o movimento mecânico a estes objetos e instalações, dotando-os de uma interessante e insólita dimensão cinética.
Instalação de Louise Bourgeois no MOCA Grand Avenue, 2008
O grupo Fluxus teve um papel determinante no desenvolvimento e divulgação desta forma artística, destacando-se, no interior deste movimento, alguns trabalhos do alemão Joseph Beuys e do coreano Nam June Paik, os quais associavam frequentemente às instalações a realização de happenings e de performances.
“Eu amo a América e a América me ama” (EUA, 1974) - Joseph Beuys
TV Cello - Nam June Paik
Dentre os artistas que mais se dedicaram a esta forma expressiva destacam-se os membros do movimento italiano da Arte Povera, como Jannis Kounellis e Michelangelo Pistoletto ou alguns dos representantes da corrente da Land Art, da Arte Conceitual e do Pós-modernismo, como Richard Long, Dennis Oppnheim, Franz West ou o alemão Hans Haacke (1936-).
Tache 2005 - Jannis Kounellis
Vênus dos Trapos (1967) - Michelangelo Pistoletto
Silêncio na Paisagem - Richard Long
"Dispositivo para erradicar o mal" - Dennis Oppenheim
Instalação - Franz West
Condensação Cubo (1965) - Hans Haacke
Um olhar sobre a produção brasileira coloca o observador, mais uma vez, diante das ambiguidades que acompanham a designação de instalação. Artistas de distintas procedências experimentam o gênero, mais ou menos declaradamente. Podem ser destacados, nos anos de 1960, alguns trabalhos de Lygia Pape (1927-2004) - o Ovo e o Divisor, por exemplo -, além das teias, ninhos e penetráveis realizados por Hélio Oiticica (1937-1980). Ensaiam ainda instalações, José Resende (1945), trabalho sem título, 1991, com parafina, náilon e chumbo; Tunga (1952), Lagarte III, 1989; Mira Schendel (1919-1988), com Ondas Paradas de Probabilidade, na 10ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1969 e Nuno Ramos (1960, com 111, 1992. Pode-se mencionar ainda os nomes de Cildo Meireles (1948), Carlos Fajardo (1941) e Antonio Manuel (1947).
O Ovo (1967) - Lygia Pape
O Divisor (1968) - Lygia Pape |
Penetráveis (1969) - Hélio Oiticica |
Sem título (1991) - José Resende |
Lagarta 2012 - Tunga |
Ondas Paradas da Probabilidade (1969) de Mira Schendel |
111 , 1992 - 1993 - Nuno Ramos |
Desvio para o Vermelho (1967) |
Obra de Carlos Fajardo |
Fantasma, de Antonio Manuel, 1998 – Bienal SP |
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